Hoje conto pra vocês como foi a primeira viagem que fiz pra Bolívia – La Paz. Ahhh Bolívia… um país pelo qual me apaixonei e me enche de vontade de voltar. Um país que certamente está entre os meus preferidos.
Embora tenhamos aprendido na escola que La Paz é a capital da Bolívia, esse fato não é totalmente correto. La Paz é apenas a sede do governo boliviano e dos poderes Legislativo, Executivo e Eleitoral.
A verdadeira capital constitucional da Bolívia é a cidade de Sucre, que também é sede do poder Judicial.
Podemos dizer então que a Bolívia tem 2 capitais? Sim, é isso mesmo!
La Paz, a “capital” mais alta do mundo, é uma cidade bastante pitoresca. Conhecê-la foi um verdadeiro choque cultural e certamente achei tudo muito diferente, ainda mais que era uma das minhas primeiras viagens internacionais.
A cidade é uma verdadeira loucura e isso em vários sentidos: comidas, cultura, trânsito, altitude, belezas naturais, enfim a “capital” da Bolívia é muito diferente do que eu já tinha visto.
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Saí do Brasil bem preocupado com a tão falada e tão temida altitude e logo que chegamos no aeroporto de El Alto, fiquei mais assustado ainda.
De cara, logo depois que desembarquei do avião, vi algumas pessoas passando mal. Estas pessoas usavam máscaras de oxigênio, estavam deitadas no chão e aparentemente estavam quase morrendo.
Imediatamente pensei – “Tô ferrado, daqui a pouco o Soroche vai me pegar e daqui a pouco vai dar isso em mim.”
No entanto, apesar do medo, não deu nada. Na verdade não senti nadinha da altitude – dor de cabeça, tontura, não sei o que mais, absolutamente nada. Da mesma forma o Cleiton, meu parceiro de viagem, tampouco sentiu qualquer sintoma de altitude.
Para não dizer que não sentimos nada, sentimos uma forte ardência no nariz.
Mas é bom deixar bem claro que isso varia de pessoa pra pessoa, lógico! Algumas pessoas ficam mal mesmo, enquanto outras não sentem nadinha… Não tem como saber se você vai sentir a altitude, ou não.
Em todo caso, existem vários remédios pra amenizar o Soroche… E claro a tradicional folha de coca (que não é droga!!!).
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O aeroporto de La Paz, na verdade fica na cidade vizinha de El Alto, localizada a cerca de 15 Km de La Paz e a quase 4100 metros de altitude.
Pra chegar em La Paz pegamos um táxi, que é bem barato na Bolívia e como o aeroporto fica bem próximo, acho que a melhor opção realmente seria o táxi. Se for utilizar tái, lembre-se de combinar o preço antes.
Pra quem não quer encarar o táxi, existe um coletivo (212) que vai de El Alto até La Paz.
ATUALIZAÇÃO: Hoje em dia existe o teleférico e vans que descem até o centro.
Chegamos pela madrugada, então não deu pra dar aquela tradicional “geral” na cidade, entretanto a ansiedade de conhecer a cidade nos fez acordar cedo no outro dia e 7h da matina eu já estava na janela do hostal tirando fotos da primeira chola, que até então era uma novidade.
Depois perceberíamos que as cholas fazem parte da paisagem e do cotidiano de La Paz e de boa parte da Bolívia.
No café da manhã (desayuno), experimentei pela primeira vez o famoso mate de coca, que nada mais é que um chá normal feito das folhas da coca. Falei um pouco sobre a folha de coca no em ouro post que fiz sobre a Bolívia e também no post que fiz sobre o Museu da Coca, em La Paz.
Recomendo fortemente que tome para ajudar o organismo a se adaptar à altitude.
Saímos pra dar uma olhada na cidade e ao colocar o pé pra fora do hostal, conhecemos realmente a cidade de La Paz. De imediato aquele choque cultural nos fez pré-definir a cidade: uma verdadeira loucura.
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A primeira coisa que nos chamou a atenção foi o trânsito. Basicamente, o trânsito de La Paz é composto apenas por vans e táxis, os responsáveis por boa parte do transporte na cidade. Ônibus existem, mas são bem poucos, assim como os carros particulares, que também são poucos.
ATUALIZAÇÃO: as coisas mudaram bastante e nos dias de hoje existem muitos ônibus, também aumentaram os carros particulares e além disso o teleférico atualmente é um dos principais meios de locomoção dentro da cidade.
Todos os veículos têm uma coisa em comum, buzinas! Os caras buzinam pra tudo e pra todos e o incrível é que eles se entendem.
Pelo que percebi, as leis de trânsito parecem não existir, é cada um por si e a vez é daquele que chegar primeiro, ou daquele que “se enfiar” primeiro! Ah, e isso serve para os pedestres também.
Até se acostumar você fica um bom tempo na calçada tentando cruzar uma rua movimentada. Não vai demorar muito e você estará “se enfiando” entre os carros.
Além do trânsito, o que chama muita atenção é o comércio, que é constituído basicamente por algumas lojas e milhares de ambulantes espalhados pelas ruas.
Em sua maioria o comércio ambulante é formado por cholas, que vendem de tudo como: frutas, legumes, pães, carnes, queijo, brinquedos, produtos de higiene, roupas, ervas, enfim, tudo mesmo.
E por falar em comércio, as coisas lá são muito baratas, desde roupas, comidas, eletrônicos, transporte etc…
Antes de viajar eu estava pesquisando sobre La Paz e em um dos relatos que li, vi um cara falando sobre os preços das coisas na cidade. Me lembro exatamente da frase que ele usou: “se você puder ir de cueca e deixar para comprar tudo lá, vá” na verdade não botei muita fé, mas é exatamente isso!
A comida… então… prepare-se porque comer na Bolívia pode ser uma grande aventura. Se você é meio fresco pra comer, sugiro que se prepare para comer muita bolacha, salgadinho e batatas em lata. Brincadeira… ou não.
Na verdade, as comidas (principalmente as da rua) são beeem diferentes do Brasil, principalmente no que se refere à higiene.
Até existem alguns restaurantes melhores, mas fiquei pensando que mesmo nos melhores restaurantes as carnes devem ser compradas naqueles açougues (carnicerias) sem gelo, sem freezer e muitas vezes ao ar livre, bom talvez não sejam né, sei lá… Existem inclusive alguns lugares onde se vende comida em um lado da rua e o esgoto corre aberto e discreto do outro lado.
ATUALIZAÇÃO: As coisas melhoraram bastante em relação as comidas. No que se refere ao esgoto já é bem dificil de ver a céu aberto, a gestão de Evo Morales foi bem benéfica para a Bolívia.
Nas ruas você pode encontrar as mais variadas formas de comida, algumas tem boa aparência, outras nem tanto.
Mas quem sou eu pra criticar a comida e cultural local. É a cultura deles e tendo em vista que moro em um país onde existe um prato típico feito com partes “menos nobres” do porco e feijão (que aos olhos de quem não está habituado, também é bem “exótico” ) não posso falar nada.
Mas voltando a comida da Bolívia, posso acrescentar que frango frito com batata é de fato o prato mais tradicional de La Paz. Existem muitas lojas e vendedores de rua vendendo Pollo por todo lado. Prepare-se pra comer muito frango! Pollo loco!
Outra coisa que existe em todo canto, além de cholas e Frango frito, é o mate e folha de coca.
Tradicional na cultura andina, a folha de coca ajuda a combater os efeitos da altitude. É uma planta sagrada para os locais e ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, Coca não é droga!!!
Eu fiquei muito admirado com o tamanho da ignorância que encontrei no retorno ao Brasil. Escutei frases do tipo “O que você foi fazer na Bolívia?” – “Na Bolívia só tem cocaína e maconha né!” – “Foi buscar quantos quilos?” bla´, blá blá… Que baita ignorância, não é mesmo?
Quando conto pras pessoas que experimentei mate de coca, é como se eu estivesse dizendo “sou um drogado!” Quanta besteira que escuto, mas eu vou repetir mil vezes Coca não é droga!!!
Mal sabem que La Paz é uma das cidades mais interessantes da América do Sul. Tem paisagens lindas, muita cultura, um povo guerreiro e muitas coisas pra ver!
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Prefiro deixá-los com seus pensamentos pequenos e convido todos os demais a conhecerem uma das cidades mais incríveis que já conheci!
ATUALIZAÇÃO: Com um maior número de pessoas visitando a Bolívia, felizmente este pensamento atrasado e xenofóbico diminuiu, entretanto ainda existe quem tenha este tipo de pensamento.
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Parabéns pelo artigo, me ajudou
muito, vou compartilhar sempre seu site.
Obrigado. Que bom que gostou! Abraços e boa viagem!