Depois de alguns dias em La Paz, partimos pra cidade de Copacabana, às margens do lago sagrado dos Incas, o Titicaca. No post de hoje vou contar um pouquinho sobre esse belíssimo passeio que fiz na Bolívia. Saiba como foi visitar a Isla del Sol, no Lago Titicaca.
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O Lago Titicaca está localizado nos territórios da Bolívia (cerca de 30%) e do Peru ( cerca de 70%). É o lago navegável mais alto do mundo e o segundo maior lago da América do Sul, atrás apenas do lago Maracaibo, na Venezuela.
Situado a 3800 m acima do nível do mar, o lago possui 8549 km² de área e uma profundidade máxima de 280 m.
Ainda não conheço a parte peruana, mas pelo que sei, a parte mais bonita e mais interessante fica justamente no lado da Bolívia, lado este que tive o prazer de conhecer e compartilho aqui no Me Leva Viajar como foi a experiência. Certamente é uma das paisagens mais bonitas da América Latina.
Para chegar ao Lago Titicaca a partir de La Paz, é preciso pegar vans ou micro ônibus que partem da frente do cemitério de La Paz. Ali, além dos ônibus que tem como destino a cidade de Copacabana, também estão os ônibus que vão até Tiwanaku.
O custo para ir até Copacabana é de aproximadamente 30 bolivianos (60 bolivianos – atualização 2019). A viagem leva cerca de 3h30, são cerca de 160 km de estrada.
Há quem prefira ir em táxi evitando assim dividir o espaço com galinhas, porcos e muitas sacolas que rotineiramente são transportadas pelos usuários bolivianos.
Na nossa van não tinha nenhum animal, mas em compensação tinham várias sacolas, caixas, pacotes… mas tava tudo suce!
A viagem até Copacabana é bem interessante, pois existem paisagens muito bonitas pelo caminho.
Pra quem se liga nos detalhes do caminho, como eu, é uma viagem bem legal! Sem falar que você provavelmente vai interagir com os locais e absorver um pouco mais da cultura local.
Um momento diferenciado nesta viagem é o cruzamento do lago em San Pedro de Tiquina, quando é preciso descer da Van (ou do Micro ônibus) e atravessar uma parte do lago em um barquinho. Enquanto isso, a Van vai em uma espécie de “mini ferry-boat”.
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Em uma margem do lago está uma estátua de um Inka. Este Inka fica bem em frente a um “comedor” popular, o Comedor de Tiquina.
Já na outra margem, depois da travessia, está um interessante monumento que mostra a magoa que ainda existente pelos bolivianos em relação a guerra com o Chile.
Nesta guerra, além de perder uma grande mina de cobre a Bolívia perdeu sua saída ao mar.
Chegando em Copacabana, várias pessoas disputam os turistas oferecendo opções de hospedagem. Existem várias opções de hospedagem na cidade.
Nós ficamos em um hostal chamado “Olas del Titicaca”. No próprio hostal, contratamos também o barco que sairia para a Isla del Sol às 8h da manhã do dia seguinte.
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Copacabana é a cidade base pra visitar as ilhas da região e também é rota clássica de quem vai pro Peru (ou pra quem vem do Peru pra Bolívia).
É uma cidade bem pequena e muito simpática e em um dia dá pra ver quase tudo na cidade. Copacabana deu origem ao nome do famoso bairro da zona sul do Rio De Janeiro.
Como tenho quase certeza que você não sabia sobre a origem do nome do bairro do Rio de Janeiro, vou contar um pouquinho de história: Há muitos anos uma imagem de Nossa Senhora de Copacabana foi levada da cidade que fica às margens do Lago Titicaca pro litoral carioca.
Lá foi fundada a Igreja de Nossa Senhora de Copacabana, que deu origem ao nome do famoso bairro do Rio de Janeiro. Gostou dessa?
Em Copacabana (a original), além do lago, outro grande atrativo é a Catedral de la Virgen de la Candelária, uma bonita igreja construída no século 17. Visita obrigatória numa passagem pela cidade.
Não deixe de observar os desenhos na porta da igreja que misturam o catolicismo com as religiões indígenas dos locais.
O Morro do Calvário também é bem interessante, mas prepare-se para uma trilha de pedras com uma escadaria bastante íngreme.
No caminho existem cruzes que simbolizam a Via Crucis de Cristo. Ao chegar ao cume está uma das mais lindas paisagens da Bolívia, com a visão panorâmica do Lago e da cidade de Copacabana.
Ainda na cidade há uma grande estátua de um Inka, lembrando as origens da ilha e a lenda que predomina na região.
Outros atrativos são o Tribunal del Inca ou Intikala, um conjunto de pedras que provavelmente foi utilizado em cerimoniais religiosos dedicados ao Sol e a Horca del Inca, que é uma formação rochosa, onde segundo os locais, foi um observatório astronômico dos Incas.
Pra ir embora de Copacabana, da Praça Sucre partem vans e micro ônibus para Yunguyo e Puno no Peru (de Puno é possível seguir para Cusco). No nosso caso, voltamos para La Paz.
A Isla del Sol é um dos locais mais sagrados para os descendentes das civilizações Incas.
Segundo uma lenda local, foi exatamente nesta ilha que o Deus Sol enviou seus filhos Manco Capac e Mama Ocllo, para que estes ensinassem aos homens à viverem de forma racional, já que até então viviam como animais.
O percurso de Copacabana até a Isla del Sol é de extrema beleza, com pequenas ilhas, montanhas rochosas e a visão deslumbrante das montanhas nevadas da Cordilheira dos Andes no horizonte. Tudo fica emoldurado pelas águas azuladas do imenso Lago Titicaca. É pra encantar qualquer viajante!
Atenção é indispensável: protetor solar, chapéu e um bom agasalho, pois o sol é forte e os ventos são geladíssimos.
Uma delas é ir de barco até a parte norte, conhecer os atrativos do lado norte da ilha e em aproximadamente 40 min, voltar pro barco seguindo pro lado sul da ilha e conhecer os atrativos do lado sul.
A segunda opção é mais cansativa e muito mais bonita: seguir do lado norte até o lado sul (ou vice versa) pela “Ruta Sagrada de la eternidad de los Incas”. Claro que escolhemos esta última!
O barco chega de Copacabana pela parte sul, onde quem quiser pode descer ou prosseguir até a parte norte da ilha. Nós seguimos pro norte, onde está localizada a comunidade Challapampa.
Na entrada da comunidade está o Museo de oro de la ciudad sumergida, é necessário pagar um valor simbólico pra ter acesso ao pequeno museu, que possuí algumas peças incas, artesanatos, fotos e nada de mais.
Este mesmo ingresso dá acesso as ruínas Chinkana (maior atrativo da parte norte) e a Rocha Sagrada, também chamada Titi Khar’ka (Pedra do puma).
Segundo a lenda, Titi Khar’ka foi o lugar de onde saíram os primeiros Incas, pra fundar a cidade de Cusco.
Próximo da rocha sagrada, existe uma mesa de pedras construída para cerimônias de oferendas aos Deuses (principalmente pra Pachamama).
Segundo dizem, as populações que viviam antes dos Incas (a mais famosa são os Tiwanacos), faziam oferendas só de animais, entretanto os Incas também faziam oferendas humanas.
Neste local existe um senhor indígena que mantém a tradição realizando alguns rituais indígenas com os turistas. Claro, é preciso pagar se quiser usufruir da mandinga inka…
A trilha que leva até as ruínas (que é a mesma que dá acesso a rota sagrada) tem belos visuais. Pode ser feita na companhia de um guia; ou por si próprio.
Se for sozinho economiza mais 10 bolivianos, que é pedido pelo guia no final da trilha que leva até Chinkana. Depois da visita às ruínas de Chinkana, ou você volta pro barco e vai pro sul, ou vai pro Sul caminhando pela Rota Sagrada.
É lógico que fomos pela Ruta Sagrada de la eternidad de los Incas, mas antes de tudo é bom estar ciente que o caminho é longo, o sol é intenso e dependendo do horário, também é bem frio. Além disso vale lembrar que estamos na Bolívia e a altitude faz você cansar mais facilmente! Ainda assim, certamente a trilha é válida!
A paisagem é deslumbrante, porém ao longo do caminho, por vezes é meio repetitiva. Vale pensar bem antes de fazer a caminhada. São cerca de 4 horas, entre subidas e descidas. Mas se tiver tempo e disposição disponível, com certeza vale a pena!
É bom saber que existem “pedágios” pelo caminho. Isso mesmo, acontece que cada vez que muda de povoado é cobrado um valor que da acesso à trilha em suas terras.
É um valor simbólico, nada mais justo! Há 3 pedágios, um pra entrar na comunidade Challa (centro da ilha) outro para entrar na comunidade Yumani (sul da ilha), fora o que já foi pago à comunidade Challapampa no norte.
Já vi em diversos fóruns a galera indignada por ter que pagar estes valores, já que ninguém avisa que existem estes “pedágios”.
Existe ainda quem diga que não é obrigatório, mas sei lá, acho que não faz falta pra ninguém e além disso, é uma das únicas fontes de renda daquelas pessoas tão sofridas. Então não seja mesquinho! Pague e aproveite das paisagens incríveis ao longo do caminho.
Ao longo do caminho há muitas paisagens incríveis de perder o fôlego, literalmente, já que estamos a cerca de 4000 m de altitude.
Também vimos algumas ruínas e construções de pequenos vilarejos ao longo do caminho.
Por vezes ainda é possível ver o cotidiano dos moradores da ilha. É possível vê-los plantando nas encostas e nas terraças. Também é possível encontrar lhamas pelo caminho, algumas soltas, outras trabalhando com os camponeses.
É importante lembrar que se a pessoa demorar muito na trilha pode perder o barco de volta pra Copacabana. Aí, ou paga outro, ou dorme na ilha, o que não deixa de ser uma ótima ideia…
Fique atento. Nós iríamos voltar para Copacabana e os caras do barco quiseram cobrar outra vez, já que chegamos ao outro lado da ilha, pouco depois das 16h e o nosso barco já tinha partido. Mas não pensem que chegamos atrasados, o horário combinado era 16h30 e o barco saiu antes!
Batemos o pé, falamos que não tínhamos mais dinheiro e os caras acabaram deixando a gente ir em outro barco que sairia mais tarde. Na real, eles queriam cobrar de novo, senti uma malandragem no ar!
Uma outra opção é dormir na Ilha e se me perguntassem se eu visitaria de novo a Isla del Sol, eu responderia sim, com a trilha da Rota Sagrada e pernoite!
Em Copacabana, também existem outros passeios que vão até a Isla de la Luna, Islas flutuantes, Puno ou até mesmo Cusco, infelizmente ainda não posso descrever nenhum destes outros passeios, mas espero um dia retornar para poder contar por aqui.
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Se tiver mais alguma dica sobre Lago Titicaca, Copacabana e Isla del Sol deixe nos comentários. Por fim, quando for viajar utilize os serviços de nossos parceiros listados acima. Até a próxima. 🙂
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Olá, parabéns pelo seu muchilão, adorei as dicas!
Estou organizando uma viagem a La Paz e preciso tirar uma dúvida.No meu roteiro irei para Copacabana dia 06 e quero nesse mesmo dia fazer a ilha, pelo que li os ônibus saem do cemitério as 08:30 e chegam em Copacabana as 12h, consigo um barco para a ilha? Em alguns relatos vi que o retorno é sempre as 16:30, mas não consegui identificar os horários de saída dos barcos de Copacabana para Isla.
Minha intensão é voltar da Isla e ir para PUNO, no mesmo dia ou no dia seguinte. Acha que consigo essa logística?
Olá Cassia.
Olha vai ficar bem corrido...
Me parece que tem um barco saindo as 13:30 h (não tenho certeza). Mas com este, não dá pra ver toda a ilha.
Acho que a melhor opção é ir e dormir na ilha. Dizem que é muito bonito. Se eu voltar pra lá, com certeza farei isso. Outra opção e curtir Copacabana e ir pra ilha só no outro dia, aí dá tempo de ver toda a ilha e até fazer a trilha Inca.
:)
Olá Cassia, estou planejando a mesma viagem para Dezembro e tenho as mesmas dúvidas que você. Será que é possível você me passar seu contato (email) para me dar dicas assim que retornar da sua viagem? Meu email - gabriela.daniel@hotmail.com
Obrigado,
Oi Gabriela, pra ter contato com a Cassia, é mais fácil você entrar no blog dela (que está linkado em seu nome). ;)
Oi, gostei bastante da riqueza de detalhes do post, eu vou para a Bolivia agora em novembro, ejá li bastante sobre os passeios, principalmente sobre a isla del sol e o sue relato é um dos mais detalhados!!!!
Eu acho que vou acabar dormindo um dia no lado ul e um dia no lado norte, li em um blog em espanhol que tem uma praia no lado sul bem legal e é menos turistica! to super na dúvida, mas vou definir!!
parabéns pelo blog mais uma vez
abraço
Que maravilha Maria Eduarda, ficamos bem felizes com seu comentário! :) Se eu tivesse nova oportunidade, com certeza dormiria na Ilha, não tenho dúvidas! Eu vi várias praias paradisíacas lá, acho que são bem geladas, mas são lindas!!!
Quando voltar conta pra nós, o que achou! :)
Uma boa viagem!
OI. Muito bacana suas dicas. POderia me infomormar a que horas os barcos saem de Copacabana com destino às ilhas?
Obrigada.
Oi Naciete, os barcos com destino a Isla del Sol partem às 8h30 e 13h30. :)
Obrigada!!!
Se não houve alteração... Na Bolívia as coisas mudam sem breve aviso, rsrsr :) Boa viagem!
Fomos altamente surpreendidos pelos pedágio entre norte e sul da ilha. Por pouco não ficamos sem, pois tudo lá é (era pelo menos) em dinheiro. Muuita saudade desse lugar. Ótimo post.
Sim, muita gente não espera ter que pagar pedágios no meio do nada, rsrsr ... :)
Poxa que post interessante! Além da Bolívia já estar na minha listinha faz tempo, achei muito legal o relato contando a història do nome Copacabana. Fotos lindíssimas! Abraços
A Bolívia é um país cheio de belezas, nós adoramos! Bem legal a história do nome né! :)
Post super esclarecedor, eu tinha algumas dúvidas sobre este tour e você me ajudou muito. Estou lendo tudo no De Mochila e Caneca!
Obrigado!
Essa viagem tá no meu radar há muito tempo! Quando eu vejo relatos tão bons quanto este, e com fotos maravilhosas, eu tenho certeza de que preciso tirar do papel com urgência.
Vai mesmo Gê, A Bolívia é muito legal e cheia de atrativos!
Esse lago é maravilhoso, sempre que vejo fotos do Lago Titicaca, só cresce ainda mais a vontade de conhecer esse pedacinho da Bolívia, e claro, sou louca para conhecer o Peru também. Achei interessante essa questão dos pedágios que você mencionou rs e essa balsa mega segura para transportar a van ;)
Abraços
Esse é um roteiro clássico de muita gente, Bolívia - Peru através de Copacabana - Puno... Paisagens incríveis! Segurança é tudo né, rsrsrs
Itamar adorei ler seu post. Essa foi minha primeira viagem como mochileira (o que não sou mais). Foi ótimo recordar uma das minhas melhores experiências. Meu roteiro foi parecido, só que fiz as ilhas flutuantes e depois segui para Cusco. Valeu.
É clássico! Lugares lindos!
A Isla del Sol foi meu lugar preferido na Bolívia. A energia do lugar é incrível. Esse post está ótimo e as fotos muito bonitas.
Verdade Fernanda, uma energia muito boa mesmo!!! :)