Visitamos o Memorial da Resistência de São Paulo, um lugar chocante que atualmente funciona como museu e nos faz lembrar o terrível período de opressão e autoritarismo cujo país viveu durante a Ditadura Militar. Confira como foi a experiência:
Índice desta matéria
Localizado no centro da cidade de São Paulo, ao lado da Estação da Luz, o Memorial da Resistência de São Paulo está alojado no antigo prédio onde entre os anos de 1940 e 1983, funcionou o DEOPS – Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo, um dos órgãos repressores mais violentos e sanguinários que já existiram neste país, em especial durante o regime militar.
O DEOPS era subordinado ao DOPS – Departamento de Ordem Politica e Social, principal órgão de inteligência e repressão durante a Ditadura Militar.
Neste local inúmeras pessoas foram aprisionadas e submetidas a torturas físicas e psicológicas pela chamada “Policia Politica”, que tinha como função manter a “ordem político-social”.
O museu foi fundado em 2009 e tem como objetivo criar reflexão, além da valorização e preservação das memórias da repressão e da resistência políticas no Brasil republicano, especialmente no período da ditadura civil-militar.
Para quem conhece história é fácil imaginar as terríveis atrocidades que ocorreram neste local, entretanto, mesmo para pessoas que não têm conhecimento profundo sobre a história de seu país, a visita é capaz de causar reflexões importantes.
Aproveitamos um dia em São Paulo na volta de nossa última viagem para a Rússia e fomos conhecer o nosso seguidor Marcelo e sua esposa, que se tornaram grandes amigos ao longo destes mais de 6 anos de blog.
Saímos para dar uma volta pela capital paulista e um dos lugares que conhecemos foi justamente o Memorial da Resistência de São Paulo.
A visita começa em uma sala chamada “Lugares da Memória”, onde é possível ver diversas placas que mostram lugares onde ocorreram ações de controle e repressão na cidade de São Paulo, no estado de São Paulo e também no Brasil. Há relatos de lugares como igrejas, ruas, escolas, praças, hospitais, fábricas etc.
Este espaço é colaborativo e está em desenvolvimento permanente, podendo contar com informações relatadas por todos aqueles que viveram nesta época e têm lembranças sobre os fatos.
A Sala seguinte traz uma Linha do tempo onde é possível ver acontecimentos importantes desde o início da República (1889) até os dias atuais.
Nesta linha do tempo estão destacados fatos importantes ao longo dos anos, formando uma narrativa que mostra em paralelo acontecimentos internacionais, leis e presidentes brasileiros, assim como organizações politicas, atos repressivos e movimentos de resistência.
Na mesma sala também há uma pequena maquete do local.
A continuação da visita chega ao ponto mais chocante, quando adentramos às celas onde funcionava a carceragem de pessoas contrárias ao regime militar.
Na primeira sala estão informações sobre a criação do Memorial da Resistência.
A segunda homenageia os presos, desperecidos e mortos pela repressão do DEOPS/SP.
A terceira reproduz uma cela na época do DEOPS, de acordo com depoimentos de ex-presos. Nas paredes é possível ver frases e nomes de pessoas que foram aprisionadas.
Há também alguns colchões no chão representando o período da carceragem, logicamente as coisas não eram tão “bonitinhas” como estão expostas, já que o Memorial foi reorganizado para funcionar com museu e nas celas só as portas são originais da época.
As duas camas apenas representam uma parcela do que no passado abrigava várias pessoas no mesmo espaço.
Certamente o cenário era ainda mais tenebroso na época original, ainda assim o espaço causa bastante impacto e traz inúmeras reflexões e arrepios.
Na quarta e última sala há um espaço representando a solidariedade entre os presos que se uniam para enfrentar a repressão. A flor sobre um caixote de madeira representa esta união existente entre os presos em busca de solidariedade, resistência e sobrevivência.
Nesta sala é possível ouvir relatos de ex-detentos sobreviventes. Se tiver força e sangue frio escute. São depoimentos bem pesados.
Não podemos deixar de mencionar a similaridade dos banheiros desta carceragem com os banheiros da Casa Londres 38, no Chile. A conjuntura do espaço físico e o clima pesado é realmente muito similar. Infelizmente esquecemos de tirar fotos. A energia é tão pesada que deixa a gente até meio desnorteados.
Entre as celas está um corredor onde os detentos eram levados para tomar sol. Neste local, há uma frase contando que os presos podiam tomar sol, por uma hora, uma vez por semana, porém nem todos conseguiram…
Além dos espaços citados acima, há também áreas de pesquisas, cartas, documentos, arquivos e fotos.
No mesmo prédio também há exposições artísticas que são uma boa alternativa pra dar uma relaxada após uma visita tão chocante e pesada.
Nós já havíamos visitado o impressionante Museu da Memória e dos direitos Humanos do Chile e também a Casa Londres 38, que também fica no Chile e foi um centro de detenção e tortura clandestino da ditadura de Pinochet. Em ambos pudemos conhecer e refletir sobre o período terrível pelo qual o Chile também passou.
Agora tivemos a oportunidade de visitar, pela primeira vez, um local referente à Ditadura Militar de nosso próprio país.
Em ambas as oportunidades concluímos que espaços como estes são realmente importantíssimos para que mais pessoas possam refletir criando sensibilidade sobre este terrível tema. É preciso entender sobretudo o período pelo qual nosso país e tantos outros passaram para que situações similares NUNCA MAIS possam acontecer.
O Memorial da Resistência de São Paulo fica no Largo General Osório, próximo à Estação da Luz, no Edifício da Estação Pinacoteca. O acesso pode ser feito através da Linha 1 (Linha Azul) e da Linha 4 (Linha Amarela) do metrô.
Também é possível chegar através de trens que chegam na Estação Júlio Prestes, que fica bem ao lado.
Há ônibus também, mas segundo nosso amigo Marcelo, toda hora mudam de itinerário devido à movimentação dos frequentadores da Cracolândia.
Nós fomos com UBER desde a casa do Marcelo, porém voltamos a pé para o centro. Vale ressaltar que o prédio onde fica o Museu, está bem próximo da Cracolândia de São Paulo e possui muitos usuários de drogas em seu entorno, portanto se você não conhece bem a região, a melhor opção, ao nosso ver, certamente é usar UBER/99 etc para chegar até lá.
Memorial da Resistência de São Paulo
Endereço: Largo General Osório, 66 | Santa Ifigênia – São Paulo
Horário: Aberto de quarta a segunda (fechado às terças), das 10h às 18h
Valor: Entrada Gratuita
Contato: Telefone: (11) 3335-4990 – Site Oficial
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