No post de hoje te convidamos a conhecer um dos lugares mais chocantes que visitamos em Santiago. Conheça o Museu e Casa da Memória Londres 38, o primeiro centro de tortura da ditadura militar chilena.
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Índice desta matéria
Localizado no belo bairro Paris-Londres, a cerca de 1 km do Palácio de la Moneda, o Museu e Casa da Memória Londres 38 (Museo y Casa de Memória Londres 38) é um dos atrativos históricos mais importantes e mais tenebrosos de Santiago e do Chile.
O local foi o primeiro centro de detenção e tortura da ditadura de Augusto Pinochet e por este motivo também é considerado como o mais violento dos vários recintos utilizados para aprisionar, torturar e matar os opositores da ditadura militar chilena.
O imóvel funcionava como sede do Partido Socialista do Chile até o golpe militar que culminou com a morte do presidente Salvador Allende.
Com a entrada dos militares no poder, o local foi convertido em centro de reclusão clandestina da Diretoria de Inteligência Nacional – DINA (Dirección de Inteligencia Nacional), a policia politica chilena, criada para combater oposicionistas ao regime militar.
Esta polícia politica foi formada por agentes treinados por oficiais dos EUA, além de ex-integrantes da dissolvida organização ultradireitista, com orientação fascista, chamada Patria y Libertad.
Este centro de detenção e tortura funcionou neste local de setembro de 1973 até 1975. Estima-se que o local tenha aprisionado cerca de 1100 pessoas. Em seu interior, oficialmente foram assassinadas (ou desaparecidas) 96 pessoas, entre elas 2 mulheres grávidas.
A maioria das pessoas eram jovens ligados a partidos de esquerda e tinham menos de 30 anos .
O local era chamado pelos militares pelo codinome de “Yucatán”, porém devido a tamanha brutalidade aplicada nesta casa, também era conhecido como “A Casa do Terror“.
No fim do ano de 1974 a “Casa do Terror” ficou pequena para tantas pessoas e seus detentos foram levados a outros centros de detenções. Foi nesta época que vários presos políticos “desapareceram”.
O Informe da Comissão Nacional sobre Prisão política e Tortura, através do Informe Valech, localizou 1132 recintos utilizados como lugares de detenção nas treze regiões do país.
Em 1978 o edifício foi transferido gratuitamente ao Instituto O’Higginiano (instituição privada ligada ao exército chileno, comandada por um general da reserva na época) em decreto assinado por Pinochet.
O número da edificação foi mudado para 40, em uma tentativa encontrada pelo governo militar para esconder este centro clandestino de detenções e torturas. O governo militar negou a existência desta casa por muito tempo.
Em 2005 o local foi declarado “Monumento Histórico do Chile” e em 2006 o Instituto O’Higginiano o colocou a venda. Em 2008 o estado permutou o local e a partir de 2010 foi aberto ao público como memorial, museu e espaço sócio politico.
Entre as belas edificações existentes na charmosa Calle Londres, a Casa de número 40 poderia passar despercebida não fossem as dezenas de placas com nomes e idades espalhadas pelo chão no calçamento à sua frente. Cada uma destas placas tem o nome e idade de cada um dos detidos na casa, que foram mortos e desaparecidos.
Uma olhada mais atenta identifica de imediato as paredes da edificação pichadas com termos do tipo “Aqui torturaram meu filho”, “assassinos”, “aqui ouve morte” etc. A casa é isso mesmo, sinônimo de terror e de recordações pesadas e sombrias.
Ao cruzar as portas da Casa 38 o clima agradável do bairro Paris-Londres muda e de imediato você sente uma sensação muito sinistra.
Já sentimos esta mesma sensação em alguns lugares que visitamos, como por exemplo no Museu da Inquisição de Lima e em alguns lugares da cidade medieval de Tallinn, onde a Pati chegou até a passar mal.
Essa sensação pesada, com uma energia muito ruim é herança do período sombrio onde a casa foi utilizada como centro de tortura e centenas de pessoas foram brutalmente torturadas e outras tantas foram assassinadas.
A visita pode ser feita de maneira independente, mas também é possível fazer uma visita guiada.
No momento em que nós fomos visitar a casa havia um grupo de estudantes e nós fomos convidados a fazer o tour guiado com eles.
O tour é bastante interessante e os guias tem bastante conhecimento sobre os acontecimentos na casa.
A visita é muito chocante. Chocante ao ponto de fazer com que um grupo de mais de 20 adolescentes mantenham-se calados, sem conversas paralelas durante a visita toda.
Ao longo da visita vamos descobrindo os cômodos da casa e como estes eram utilizados nos tempos em que o local foi utilizado como centro de detenção e tortura.
A maioria dos cômodos estão vazios, sem móveis. Suas paredes são decoradas com informações e relatos sobre a terrível época. Nos cômodos também existem depoimentos de pessoas que foram aprisionadas no local e que conseguiram sobreviver.
São relatos chocantes que te fazem imaginar os momentos agonizantes que as pessoas passaram neste local.
Uma das experiências mais impactantes conta algo como “as torturas não paravam e os gritos dos torturados podiam ser ouvidos durante todas as horas do dia, ininterruptamente”. Os militares se revezavam para torturar as pessoas.
Os cômodos estão vazios, mas as marcas no chão e nas paredes desperta a imaginação com queimaduras e marcas sugestivas.
Há também uma sala onde os visitantes podem deixar recados, assim como o mural que fica a frente do Museu da Memória e dos direitos humanos, também em Santiago
A visita guiada nos revela algumas curiosidades como os azulejos em preto e branco da entrada, a única coisa que os detentos conseguiam ver quando chegavam ao local e também o banheiro, único lugar em que os detentos podiam tirar as vendas.
Foram utilizados os mais variados métodos de tortura, muitos deles extremamente violentos!
Dois tipos de torturas eram muito utilizados na Casa Londres 38: o choque elétrico, conhecido como “la parrilla”; e torturas e estupros de parentes próximos, como irmãos, filhos, pais e mães.
Os presos ficavam amarrados, com os olhos vendados e sentados em cadeiras na maioria do tempo. Mal serviam refeições e na maioria das vezes a única alimentação era água.
Devido a brutalidade da tortura, o edifício da Rua Londres 38 era conhecida como “A Casa do Terror”, porém devido aos sons de sinos que se podiam ouvir, o lugar também era conhecido como a “Casa dos Sinos” (la casa de las campanas).
A casa fica próxima da Igreja San Francisco e os sinos eram a única referência que os detidos tinham em relação a localização.
Além dos gritos de dores e dos sinos, relatos contam que caixas com som alto eram ligadas para que as pessoas que transitavam na rua não pudessem ouvir os gritos no interior da casa.
A Casa Londres 38 fica no pequeno bairro Paris-Londres, próximo ao centro histórico de Santiago.
Do Palácio de La Moneda chega-se caminhando. A Casa Londres 38 está a cerca de 1 km de distância.
Para quem vem de outras regiões de Santiago, a Estação de Metrô mais próxima é a Estacion Universidad de Chile, com conexão da linha 1 (vermelha) e linha 3 (marrom).
A Rua Londres fica entre a Universidad de Chile e a Igreja San Francisco.
Mais informações: https://www.londres38.cl/
Valor do Ingresso:
Entrada Gratuita.
Endereço: Rua Londres 40 (38) – Bairro Paris-Londres
Horário de funcionamento: Terça a Sexta das 10h às 13h e das 17h às 18h – visitas guiadas regulares (em espanhol) às 12h e 16h; visitas / visitas guiadas aos fins-de-semana mediante marcação.
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