Chile

O Dia que ajudamos a reflorestar o Vulcão Poike na Ilha de Páscoa

Sabe quando acontece um fato inesperado na sua viagem e você sente que estava no lugar certo na hora certa? Pois é, em nossa viagem à Ilha de Páscoa fomos convidados a ajudar no reflorestamento do vulcão mais antigo da Ilha, o Vulcão Poike, claro que topamos!

Estávamos caminhando pelas ruas de Hanga Roa (centro de Rapa Nui), quando passamos em frente ao posto de informações da ilha, o SERNATUR (Calle Policarpo Toro s/n). Entramos pra buscar mais informações sobre a ilha,  descolar mapas etc, e recebemos uma proposta irrecusável…

Moai caído no Vulcão Poike. Foto: Itamar Japa.

No dia seguinte, às 7 h da manhã, sairia um ônibus com destino ao Vulcão Poike. Os integrantes deste ônibus seriam estudantes, funcionários do CONAF (Orgão responsável pelas florestas do Chile) e meia duzia de turistas sortudos. Todos estariam participando de um programa de reflorestamento na ilha, e nós estávamos sendo convidados a participar desta ação.

Não seria preciso falar que aceitamos a proposta de imediato, afinal de contas, além de estarmos contribuindo com o reflorestamento da ilha (o que pra mim é uma grande honra), ganharíamos transporte e acesso gratuito ao Vulcão Poike, que por sua vez, tem acesso restringido apenas a viajantes acompanhados de um guia local. De quebra participaríamos de um churrasco feito por autênticos Rapa Nuis.

Vulcão Poike

Localizado no extremo leste da ilha, o Vulcão Poike é um dos 3 grandes vulcões que deram origem à Ilha de Rapa Nui. É o vulcão mais antigo da ilha e estima-se que tenha surgido depois de 2 grandes erupções, a primeira a cerca de 3 milhões de anos e a segunda a aproximadamente 900 mil anos.

Para chegar ao Poike, fomos até a base do vulcão em ônibus e depois subimos caminhando até o cume, através de uma trilha em campo aberto. O Cume do Vulcão Poike está a aproximadamente 400 metros acima do nível do mar.

O início da trilha até o Vulcão Poike. Foto: Itamar Japa.
Quase lá no alto do Vulcão Poike. Foto: Itamar Japa.

No alto do vulcão passamos por alguns Moais caídos, sítios arqueológicos e pela caverna Ana o Keke, conhecida como “a caverna das virgens”. Esta caverna era o  local onde jovens virgens ficavam recluídas pra que suas peles fossem branqueadas, para a participação de um ritual.

Pedaços de Moais espalhados pelo solo. Foto: Itamar Japa.
Ana o Keke, a caverna das virgens. Foto: Itamar Japa.

Foi nesse dia que conheci os “pontinhos” que estavam lá do outro lado do Vulcão Rano Kau, um casal de cariocas que também estavam integrando a “missão” do reflorestamento. Sorte minha conhecê-los, pois Julio, o carioca, ficava horrorizado comigo, que estava torrando no sol e virando um pimentão. Ele fazia questão de me emprestar o protetor solar – Dica importante: protetor solar é fundamental e sempre o mantenha em sua própria mochila, porque se você deixar no fundo da mochila de seu amigo ogro, terá que contar com a sorte de ter um cara gente boa por perto, pra emprestar um protetor, caso contrário vire um pimentão! :p

Continuamos a trilha que leva até a costa do vulcão e lá recebemos uma breve aula básica sobre a importância do reflorestamento, um treinamento de como fazer o plantio das mudas e partimos pro trabalho.

Orientações e conscientização ambiental. Foto: Itamar Japa.

As mudas já estavam colocadas ao lado de buracos feitos por militares chilenos e na realidade nosso trabalho consistia apenas em colocá-las nos buracos de maneira apropriada, tapar com terra, adubo e recolher os sacos plásticos que envolviam as mudas.

A missão. Foto: Itamar Japa.
Trabalhando duro! Foto: Murilo Medeiros.
Mais uma na terra! Foto: Murilo Medeiros.

Feito todo o trabalho, aproveitamos pra comer um delicioso churrasco. Comemos bastante, porque comer carne em Rapa Nui é um luxo, já que lá, a carne é  bem cara. pra se ter uma ideia, um dia fomos fazer um churrasco no camping e pagamos uma fortuna (cerca de 40 Reais) em 1 kg de linguiça.

Autêntico churrasco Rapa Nui. Foto: Itamar Japa.
Pronto pra atacar! Foto: Itamar Japa.

Voltamos pelo outro lado do vulcão e no caminho tivemos o prazer de contemplar visuais fantásticos, resumindo o dia, foi uma bela experiência, regada à paisagens fantásticas!

O belo visual a partir do Vulcão Poike. Foto: Itamar Japa.

Foi muita sorte termos participado desta maravilhosa ação, eu me sinto muito orgulhoso de ter contribuído com uma ação tão nobre.

Espero ter a chance de voltar pra Ilha de Páscoa e ver minhas árvores lá no alto do Vulcão Poike!

Itamar Japa

Apaixonado por viagens... em busca de evolução.

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